Crianças que não comem! O que fazer?

Meu filho não come nada!!!
Você conhece alguma mãe que nunca falou isso???
Uma das maiores preocupações das mães em relação aos filhos é mesmo com relação à alimentação. -"Meu filho não come!" é a queixa mais comum que a maioria dos pediatras ouve em seus consultórios, mas você pode ficar tranquila, pois quase sempre essa queixa não corresponde a um problema de saúde da criança e "geralmente não passa de um equívoco".
Os pais devem compreender que o apetite da criança diminui após o primeiro ano de vida, por uma mudança normal de padrão. A criança normal triplica seu peso no primeiro ano de vida, e aumenta apenas cerca de 10 a 20% de seu peso nos primeiros anos de vida depois do primeiro.
Além do mais, essa é uma época de gripes e resfriados freqüentes, quando o apetite diminui mais ainda. O importante é não forçar a criança a comer como antes, mas oferecer mais comida a ela quando estiver se recuperando e o apetite aumentar.
A inapetência é um problema de equilíbrio entre o que uma criança come e o que sua mãe espera que ele coma. Não devemos obrigá-la. Nem suborná-la, nem usar estimulantes de apetite, muito menos castigá-la. A criança sabe muito bem o quanto necessita.
Muitas mães vivenciam esta fase do crescimento infantil com muita angústia, com sentimento de culpa e como se a recusa fosse algo pessoal, contra você. Uma carga grande de ansiedade que não alivia e agrava esta situação fisiológica (normal), típica de alguns momentos do desenvolvimento físico da criança.
O que é o apetite? É a fome, a vontade de comer. E por que temos fome? Porque precisamos de alimentos para que o nosso corpo retire dele os nutrientes e a energia indispensáveis à vida. Os nutrientes é que asseguram a reposição de energia que gastamos todos os dias. Nós, adultos, só precisamos repor as energias que despendemos para viver; mas as crianças, além disso, precisam de mais alimento ainda, para crescer. É por isso que, em relação ao próprio peso, elas comem mais do que os adultos.
Quando o organismo sente que está em falta de nutrientes, reclama, provocando reações em nosso corpo: contrações no estômago, dores, avisos de que está na hora de comer. Se a fome é muita e demoramos a satisfazê-la, o corpo responde com tonturas, mal-estar, dor de cabeça.
Cada pessoa tem sua prórpia necessidade de alimentos sólidos ou líquidos. Umas precisam mais, outras menos. Umas sofrem muito com a fome, outras menos. Uma criança miúda precisa comer menos do que outra da mesma idade mas que tem um corpo maior para sustentar. Também pode ocorrer que duas crianças da mesma idade e com o mesmo peso tenham apetites diferentes, porque suas necessidades são diferentes, desenvolvendo-se as duas normalmente.
O apetite varia muito, dependendo da constituição da criança, uma coisa pessoal e intransferível, que deve ser respeitada. Não tem cabimento ficar comparando o que seu filho come com o que outras crianças comem. É errado alimentar uma criança segundo tabelas e quantidades pré-determinadas.
Antigamente, costumava-se pesar o bebê antes e depois da mamada, ou a criança, depois de comer, para saber se havia se alimentado o suficiente. Suficiente, no entanto, é a quantidade que satisfaz a criança, e sobre isso ela é o único juiz de sua necessidade. Há bebês que mamam muito, em espaços longos; outros mamam pouco, a intervalos curtos; assim como há os que mamam muito em intervalos curtos e os que mamam pouco com longos intervalos: tudo depende da necessidade de energia de cada um e do quanto cada um deles teve a oportunidade de gastar. Assim também com a criança, dependendo da energia que ela consome.
Crianças pequenas não conseguem imaginar a causa da fome e. com fome, sentem-se injustiçadas. Muitas chegam a imaginar que a fome é uma espécie de castigo, que não sabem quando vai acabar. Por isso mesmo, para que a criança não se sinta insegura, não devemos deixá-la com fome além do tempo indispensável, principalmente porque a falta de comida prejudica o desenvolvimento emocional e afetivo.
Nenhuma criança deixa comida no prato se está com deficiência energética, mal alimentada ou com fome. Também não há um padrão a respeito do apetite de uma criança: hoje ela pode comer pouco e amanhã "comer bem", na avaliação da mãe. O apetite e, conseqüentemente, a quantidade de comida que a criança ingere é sempre proporcional à sua necessidade de energia, à sua atividade, ao seu crescimento.
Mas existe uma grande relação entre o apetite e a vida emocional. Um ambiente carregado, a pressão dos adultos para que coma, problemas emocionais, tudo isso é capaz de tirar o apetite da criança. Mesmo tendo necessidade de comer, a hora de comer é tão desagradável para ela que a criança prefere não comer. Discussões, gritos à mesa, brigas, queixas e reclamações, mesmo que não se dirijam à criança, acabam tirando o seu apetite.
Se for contra ela, então, pior, porque a criança passa a relacionar a hora de comer com momentos desagradáveis e isso pode comprometer seu apetite.
Além do ambiente e do estado de espírito, a aparência visual da comida, o cheiro, o gosto, tudo tem importância porque quando a criança come com prazer come mais. Por isso mesmo (pelo prazer que ela sente) é que toda criança gosta muito de ir às lojas de fast food, onde sempre come muito.
Obrigada a comer o que não gosta, forçada a comer quando não tem fome, infernizada pelos pais, a carga emocional negativa que se soma pode resultar em que a criança não consiga mais comer, mesmo quando tem necessidade. E isso sim, passa a ser um problema, tão grande quanto o da criança que come em excesso. Nos dois casos ela está doente e precisa de atenção especializada.
Não force seu filho a comer, nem force a comer tudo. Não implique com a criança e respeite o seu paladar. Se quer que ela coma tudo, coma você também, para dar o exemplo. Procure fazer da hora da refeição um momento de prazer para todos e não seja preconceituoso: um bom sorvete pode ser tudo do que ela precisa no momento, em matéria de energia.
Importante: a criança precisa de espaço seguro, de tempo e liberdade para brincar, exercitar-se, para explorar e para divertir-se, para gastar energias e ter fome.

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